Autodesobsessão


Se você já pode dominar a intemperança
mental...

Se esquece os próprios
constrangimentos, a fim de cultivar o
prazer de servir...

Se sabe cultivar o comentário infeliz, sem passá-lo adiante...

Se vence a indisposição contra o estudo e continua, tanto quanto possível, em contato com a leitura construtiva...

Se olvida mágoas sinceramente,
mantendo um espírito compreensivo e
cordial, à frente dos ofensores...

Se você se aceita como é, com as
dificuldades e conflitos que tem,
trabalhando com tudo aquilo que não
pode modificar...

Se persevera na execução dos seus
propósitos enobrecedores, apesar de
tudo que se faça ou fale contra você...

Se compreende que os outros têm o
direito de experimentar o tipo de
felicidade a que se inclinem, como nos
acontece...

Se crê e pratica o princípio de que
somente auxiliando o próximo, é que
seremos auxiliados...

Se é capaz de sofrer e lutar na seara do bem, sem trazer o coração amargoso e intolerante...

Então, você estará dando passos largos
para libertar-se da sombra, entrando, em definitivo, no trabalho da
autodesobsessão.

O BEM E O MAL

A GÊNESE

Capítulo III

Origem do bem e do mal.



Sendo Deus infinitamente sábio, justo e bom, é evidente que o mal existente não pode NELE ter-se originado. Por outro lado, se existisse um Satanás (personificação eterna do mal), não podendo ser igual, seria inferior a Deus, logo, teria sido criado por ELE, o que implicaria na negação da bondade infinita do Criador.
Os males tanto físicos como morais pertencem a duas categorias:
  1. Os que independem da vontade do homem - os flagelos naturais. Os flagelos se afiguram maus e injustos aos homens, por não poderem compreender a Sabedoria Divina que em cada acontecimento manifesta oportunidade para o progresso da humanidade. Os flagelos permitem ao homem desenvolver sua inteligência ao ponto de preveni-los, amenizar seus efeitos, através das ciências aplicadas a melhoria de condições de vida e bem-estar no planeta. "A dor é o aguilhão que o impele para a frente, na senda do progresso".
  2. Os criados pelos vícios, orgulho, egoísmo, ambição, cupidez e por todos os excessos. Apesar da consciência que lhe foi outorgada pelo Criador, das advertências dos mensageiros quanto ao cumprimento das Leis Divinas que têm por objetivo o bem e o progresso, insiste o homem em causar guerras, injustiças, opressão do fraco pelo forte, usando assim seu livre-arbítrio para a satisfação de seus vícios e sua vaidade.
Graças à bondade divina, porém, chega um momento em que o mal moral se torna intolerável, reconhece o homem a necessidade de mudar de vida. Usa então de seu livre-arbítrio para moralizar-se a fim de ser mais feliz.
"O mal é a ausência do bem" . "Onde não existe o bem forçosamente existe o mal". O mal decorre portanto do estado de imperfeição do homem. Existe um limite natural à satisfação das necessidades. Se, por seu livre-arbítrio comete excesso, tem como resultado as enfermidades, a morte, que lhe advirão por sua imprevidência e não por castigo de Deus.
A alma foi criada simples e ignorante sujeita à Lei do Progresso. Quis Deus que o progresso resulte do próprio trabalho a fim de que lhe pertença o fruto deste como também é de sua responsabilidade o mal que pratique.
As raízes das paixões e dos vícios se acham no instinto de conservação, intenso nos animais e seres animalizados onde inexiste o senso moral e a vida intelectual. Com o desenvolvimento da inteligência o instinto se enfraquece, fazendo com que paulatinamente haja o domínio do espírito sobre a matéria. Quanto mais se deixe dominar pela matéria, atrasa seu desenvolvimento identificando-se com o bruto. Assim, as paixões que lhe eram um bem, por que eram necessidade de sua natureza, passam a ser um mal por que se tornam prejudiciais à espiritualização do ser. "O mal é, portanto, relativo e a responsabilidade é proporcional ao grau de desenvolvimento".

Conselhos Simples

Utilize as horas com moderação, realizando cada tarefa por sua vez, sem interrupção.
Trabalho continuado - rendimento vultuoso.

Modifique, sem mais tardança, o conceito negativo a respeito de quem você conheceu num momento infeliz.

A opinião má que se renova contribui para a sementeira da fraternidade.

Antes que os labores diurnos o surpreendam, realize no leito a comunhão com o Senhor, através da meditação.

O homem mantém a comunicação com o Pai Celeste pelos invisíveis fios do pensamento.

Resguarde-se da enfermidade, cultivando a higiene mental.
Mente asseada - corpo equilibrado.

Recolha, em cada dificuldade, a mensagem oculta de advertência para a vida.

Obstáculo vencido - aprendizagem inesquecível.

Acomode-se ao temperamento alheio, vencendo as imposições do instinto, quando a serviço do auxílio.

Quem relaciona dificuldades não dispõe de tempo para ajudar.

Receba o intrujão com delicadeza, expondo-lhe a verdade sem arrogância deliberada.

Todo usurpador se transforma em algoz de si mesmo.

Precavenha-se da agressão do ódio, pelo exercício do amor.

A constância no bem imuniza o homem contra o contágio das misérias morais.

Aceite o sofrimento como fenômeno natural da experiência evolutiva.

A enfibratura moral consolida-se no fragor das batalhas diárias.

Repare a terra submissa e boa, sulcada pelo arado para a dádiva do pão.
Aprenda com ela a lição da humildade e deixe que o Agricultor Compassivo transforme sua vida num seminário de amor para o bem de todos.



Autor: Marco Prisco
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Glossário Espírita-Cristão

Visão Espírita da Páscoa.
 
Encontramo-nos, mais uma vez, na época da Páscoa. Páscoa é uma palavra hebraica que significa "libertação". Com o êxodo, a Páscoa hebraica significa a lembrança perene da libertação do povo hebreu da escravidão do Egito, por Moisés.
Como cristãos, somos levados ao longínquo passado ao recordar a passagem de Jesus pela terra, a sua mensagem de perdão aos inimigos e de amor à humanidade inteira. Esta época tem para os espíritas um significado muito especial, pois lembra-nos que Jesus, vencendo a morte, nos transmitiu um ensinamento fundamental: o de que a vida continua para além do corpo físico, pois ele fez questão de aparecer aos apóstolos e a Maria de Magdala, após o sepultamento.
 
Mas, aqui reside uma diferença substancial entre as religiões cristãs e o espiritismo – a crença na ressurreição de Jesus.
 
Para nós, espíritas, Jesus ressurgiu no seu corpo perispirítico ou espiritual e não com o corpo físico, esse já em decomposição, com danos irreversíveis no cérebro ao fim de pouco tempo, de acordo com a ciência.

As Igrejas cristãs continuam defendendo a ideia de que o Cristo “subiu aos Céus” em corpo e alma, e de que o mesmo sucederá a todos os “eleitos” no chamado “juízo final”.

A doutrina espírita, defensora da lógica e do bom-senso refuta essa teoria, pela impossibilidade física de seres que já faleceram ao longo dos séculos terem os respectivos corpos reconstituídos nas suas estruturas orgânicas no dia do juízo final. Poder-se-ia argumentar que a Deus nada é impossível, mas porque iria Ele derrogar as suas próprias leis naturais, recorrendo a milagres?! Para mostrar o Seu poder aos homens? Mas Deus apenas é. Nada precisa de provar.

Simultaneamente, tal ideia é contra qualquer noção de justiça e de moral, pois mais justa será sempre a concessão ao homem duma nova oportunidade de renascimento, tantas vezes quantas as necessárias, de modo a que este tenha a possibilidade de corrigir os erros cometidos e de evoluir no aprendizado intelecto-moral, de modo a alcançar novos patamares de crescimento, rumo à perfeição.

 
É pela lei dos renascimentos, que o homem se aproxima de Deus: ao “nascer de novo”, criam-se as condições de igualdade de oportunidades para todos os espíritos e cumprem-se as palavras de Jesus: “em verdade vos digo que ninguém verá a luz dos céus, se não nascer de novo”.

Outro aspecto que desde sempre nos foi transmitido pela religião judaico-cristã tradicional é a noção da “culpa”. Jesus sofreu o processo da crucifixação para nos “salvar” dos nossos “pecados”, cometidos desde Adão e Eva. E aqui em Portugal aí está a procissão do Senhor dos Passos, realizada na Sexta-Feira Santa, simulacro que nos assusta desde tenra idade, do “enterro” de Jesus, realizada à noite, com todo o aparato e negrume necessários à manutenção da nossa “culpa”.

Para os espíritas, que não possuem rituais, nem proibições de comidas ou de trabalho, a Páscoa é a época de lembrar mais uma vez a necessidade da “libertação do homem velho”, no dizer de Celso Martins para que, reflectindo no exemplo de Jesus, possa nascer o “Homem Novo”.

Em vez de nos agarrarmos às exterioridades das celebrações pascais, aproveitemos esta época para tentarmos mudar alguns dos nossos hábitos, ser menos egoístas, mais caridosos e amigos com todos os que nos rodeiam. Essa a verdadeira mensagem que Jesus nos deixou e a certeza de que estará sempre ao nosso lado cuidando do nosso orbe e de cada um de nós, auxiliando-nos no reerguimento, após cada uma de nossas quedas.

Comemore, então, meu amigo, uma “outra” Páscoa. Não a do chocolate ou a do sofrimento, mas a sua Páscoa, a da sua “libertação”, refletindo na sua transformação interior, a Páscoa da valorização da própria vida na certeza da imortalidade.

Com Jesus, Boa Páscoa!

 

 

Extraído do blog: ideiaespirita.